Bom dia amigos,
Faz muito tempo que não escrevo no blog. Iniciei um novo
trabalho como professora de ensino fundamental, foi um tempo de novos estudos,
novas perspectivas e novos trabalhos. Foram cinco ano bem produtivos e ainda
são, pois amo demais meu trabalho, com seus benefícios e suas dificuldades.
Porém o planeta Terra pausou. Algo que
seria pensando apenas numa obra cinematográfica está ocorrendo na porta de
nossas casas. Uma forte pandemia, como ninguém viu antes e todos se perguntam:
-E agora?
Estamos todos, ou muitos pelo menos, em isolamento
social. Tenho descansado, lido (menos do que gostaria), acompanhado as redes
sociais e refletido. Senti um impulso de escrever e me lembrei (provavelmente
cutucada pelo meu espírito protetor ou familiar) do meu querido blog, e aqui
estou.
Tenho como objetivo refletir os últimos acontecimentos à
luz da Doutrina Espírita com o objetivo de ajudar a todos, inclusive a mim
mesma.
Geralmente a primeira pergunta que nos vem a cabeça é por
que isto ocorre, por que Deus permite que tantas pessoas morram. Para estas
indagações a Doutrina Espírita possui algumas respostas. A primeira e mais contundente
é muito simples: A morte não existe. Nós não morremos, apenas deixamos o nosso
corpo físico que devido a uma doença não funciona mais. Porém vamos ver o que
nos diz a Doutrina Espírita especificamente sobre este assunto na Revista
Espírita de julho e outubro de 1967 e de novembro de 1868, sobre uma epidemia
na Ilha Maurício (antiga Ilha de França).
Antes de iniciar
preciso explicar onde fica esta ilha, Ilha Maurício é território da República
de Maurício que é um país insular do oceano Índico, a cerca de 2.000 km da
costa sudeste do continente africano. O país inclui as ilhas Maurícia e Rodrigues,
a 560 km a leste da ilha Maurícia, e as ilhas exteriores. A área do país
é de 2.040 km². As Maurícias são conhecidas pela sua
flora e fauna variadas, com muitas espécies endémicas da ilha. A ilha é
amplamente conhecida como a única casa conhecida do dodo, que,
juntamente com várias outras espécies de aves, foi extinta por atividades
humanas relativamente pouco depois do assentamento da ilha.
A
prosperidade na Maurícia prolongou-se até 1860, altura em que os preços do
açúcar caíram abruptamente. Entre 1866 e 1869 dois fatos deixaram a Maurícia
completamente arrasada: em 1866, 67 e 68, uma epidemia de malária afastou os
navios de Port Louis, isolando por completo a ilha; em 1869, a abertura do
Canal de Suez fez desviar muitas das rotas que passavam pela Maurícia.
(fontes: Wikipédia e Infopedia.pt)
Kardec inicia o artigo na Revista Espírita de julho 1867
revelando que há alguns meses um dos médiuns sonambúlicos lhes disse que
naquele momento a ilha Maurício estava sendo devastada por uma terrível epidemia,
que dizimava a população. Um dos correspondentes espíritas naquele local
escreveu uma carta datada de 8 de maio, que Kardec coloca alguns trechos.
“Vários Espíritos
nos anunciaram, uns claramente, outros em termos proféticos, um flagelo
destruidor prestes a nos fulminar. Tomamos estas revelações do ponto de vista
moral, e não do ponto de vista físico. De repente uma moléstia estranha irrompe
nesta pobre ilha; uma febre sem nome, que reveste todas as formas, começa
suavemente, hipocritamente, depois aumenta e derruba a todos os que pode
atingir. É agora uma verdadeira peste; os médicos não a entendem. Até agora,
nenhum dos que foram atingidos se curaram”.
Vamos refletir um pouco sobre este trecho, principalmente
quando ele diz que tomaram as revelações somente pelo ponto de vista moral.
Isto poderia ocorrer nos dias de hoje? Qual é o nosso nível de idolatria atual?
Idolatria num sentido amplo que designa aquele que se parece com uma estátua,
sem vida e sem movimento. Muitos centro espíritas fazem reuniões mediúnicas com
recebimento de mensagens, seja por psicografia ou psicofonia, estas seriam
analisadas? Haveria uma reunião com os membros do centro para analisarem a
mensagem recebida? Ou pelo simples fato de ser uma mensagem de um espírito já
tem caráter incontestável?
A segunda reflexão é se pode um espírito nos avisar de um
acontecimento futuro ruim? Pode se houver alguma utilidade nesta comunicação,
como nos ensina o Livro dos Médiuns a comunicação séria é “[...] toda
comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, tendo uma finalidade útil,
mesmo que de interesse particular, é naturalmente séria [...] Desta forma um
espírito protetor ou até mesmo um espírito familiar poderia avisar da chegada
de uma epidemia ou pandemia se houvesse uma finalidade útil.
Kardec ainda afirma que “os flagelos destruidores, que
devem causar danos à Humanidade, não sobre um ponto do globo, mas em toda
parte, são em toda parte pressentidos pelos Espíritos”.
Fico me perguntando se nós espíritas paramos de conversar
com os Espíritos? Eles vem conversar conosco, mas parece que apenas ouvimos,
sequer escutamos o que nos falam. Será que nos tornamos ritualistas com o
passar do tempo? A cada dia vejo mais espíritas não conseguindo coexistir com
aquilo que lhe é diferente. Espero estar isolada numa ilha silenciosa, num
mundo com muito barulho espiritual.
Ainda há muita coisa no qual podemos refletir sobre este
assunto e estamos num momento em que o Universo nos diz para, vá com calma e
olhe a sua volta. Semana que vem eu postarei mais reflexões sobre este momento
ímpar nas nossas vidas.
Namastê