domingo, 23 de maio de 2010

Inspiração

“Há algum tempo me pergunto como funciona esse processo maluco da inspiração. Não sou, obviamente, o único cara a questionar como funciona esse lance de, um dia, vc conseguir escrever/ compor/ criar algo que acredita, e que faz com que seu trabalho tenha valor... para, no outro, não conseguir produzir nada, coisa alguma, como se sua cabeça fosse vazia como parece ser, num momento como esse, o seu talento.

[…]

Eu sou um cara que vive questionando a minha. Desde a infância, meu mundo interior sempre foi muito complexo. Acabei canalizando minhas inspirações para o lado artístico, e me revezei entre o desenho, música, escrita e interpretação ao longo da vida. Muitas vezes fui bem feliz com idéias boas que me alçaram a alguma coisa... consegui, em boas fases de produção, compor peças para violão, preparar um ou outro troço bacana para algum personagem de teatro, armar situações e questionamentos originais e divertidos para o CQC, etc, etc. Mas, fixando o texto no campo da inspiração de artista mesmo, minha relação com essa magia estranha foi e ainda é bem conturbada.

[…]

Por isso, "Encantada". Gravada por mim no sábado, 22-05, na Radar Sonorização. Em primeira mão para os leitores desse blog e, em outubro, no CD independente, intimista e autoral que vcs terão à disposição - e que é, pra encerrar a história toda, o resumo do meu namoro com a Inspiração nos últimos anos de paixão violonística.

Um abraço, Rafa”

Versão não definitiva para o CD. Aguardando equalizações e tratamentos de áudio

Por Rafael Cortez às 22h09

http://rafael.cortez.zip.net/arch2010-05-23_2010-05-29.html#2010_05-23_23_09_09-145974756-0

Ao ler este belo texto no blog do Rafael Cortez, ao qual reproduzi pequenos trechos, falando ou melhor refletindo sobre a inspiração, lembrei-me de um trecho do O Livro dos Médiuns que fala dos médiuns inspirados e que transcrevo abaixo:

“183. Todos os homens de gênio, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de conceber grandes coisas e de trazê-las wm si mesmos. Ora, é precisamento por julgá-los capazes que os Espíritos, quando querem realizar certos trabalhos, lhes sugerem as idéias necessárias. E é assim que eles são, na maioria das vezes, médiuns sem o saberem. Eles têm, não obstante, uma vaga intuição de serem assistidos, pois aquele que apela à inspiração faz uma evocação. Se não esperasse ser ouvido, porque haveria de clamar com tanta frequência: Meu bom gênio, venha ajudar-me!

As respostas seguintes confirmam esta asserção:

- Qual a causa primeira da inspiração?

- A comunicação mental do Espírito.

-A inspiração não se destina apenas a grandes revelações?

- Não. Ela se relaciona quase sempre com as mais comuns circunstâncias da vida. Por exemplo: queres ir a algum lugar e uma voz te sugere fazer uma coisa em que não pensavas. Isso é inspiração. Há bem poucas pessoas que não tenham sido inspiradas em diversas ocasiões.

- Um escritor, um pintor, um músico, por exemplo, nos momentos de inspiração poderiam ser considerados médiuns?

- Sim, pois nesses momentos têma a alma mais livre e como separado da matéria, que então recobra em partes as suas faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos Espíritos que a inspiram.”

“O mistério da inspiração é assim explicado como um processo de semidesprendimento da alma. Nesse estado, o artista amplia a sua visão das coisas, adquire percepções extra-sensoriais e entra em comunicação com os amigos espirituais que o ajudam”. Nota de J.Herculano Pires tradutor do O Livro dos Médiuns.

Talvez por isso que normalmente as pessoas se sentem mais inspiradas quando estão tristes ou melancólicas, pois ficam mais introspectivas e reflexivas. Meditando e refletindo acabam se concentrando e se semidesprendendo, estabelecendo contato mais direto com estes amigos e recebendo a inspiração.

Bjs

ClaudiaC.


domingo, 16 de maio de 2010

Um final mais que especial

Vale a pena ver de novo…

Bjs carinhosos

ClaudiaC.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

A ALMA

06

Estudo com base in O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Livro II, Cap. II, DA ALMA.

Existem alguns termos que precisam ser bem esclarecidos para que se possa realmente compreender a doutrina espírita, são termos essenciais e formam a base lógica dos conceitos e fenômenos espíritas. São eles: alma, espírito, Espírito, princípio vital, princípio intelectual e perispírito.

A alma é uma palavra que tem diversas significações: a alma materialista é aquela que representa o princípio da vida orgânica material, não sobrevive ao corpo material; a alma panteísta representa a alma universal única, um princípio universal único, Deus, existe distinta do corpo mas não possui individualidade; alma espiritualista que representa o ser moral, distinto e independente da matéria. Para podermos compreender melhor este termo à luz da Doutrina Espírita é preciso especificar qual é o significado que Kardec deu a este termo logo na Introdução do O Livro dos Espíritos: Pensamos que o mais lógico é tomá-la na sua significação mais vulgar e, por isso, chamamos alma ao ser imaterial e individual que existe em nós e sobrevive ao corpo.(1) Isto é importante porque muitas vezes as divergências de opiniões sobre a natureza da alma tem origem da aplicação particular que cada um faz desta palavra.

Na questão 23 do O Livro dos Espíritos Kardec pergunta o que é o espírito e obtém a resposta de que é o princípio inteligente do Universo. Na questão 76 ele pergunta como podemos definir os Espíritos e os Espíritos respondem que eles são os seres inteligentes da Criação e povoam o Universo.(2) É preciso perceber que Kardec falou de dois conceitos diferentes designados pela mesma palavra e por isso ele as diferenciou utilizando a primeira letra em maiúscula e minúscula.

Para o princípio da vida material e orgânica que é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem, denominou-se Princípio Vital, que é também designado de fluido magnético, fluido nervoso, entre outros.

O Homem é formado por três partes essenciais, isto quer dizer, ele tem a sua natureza constituída por três partes: A primeira, mais conhecida para nós, é o corpo material, semelhante aos dos demais animais e também animado pelo princípio vital; o segundo é a alma, que como espírito encarnado habita temporariamente este corpo; e o terceiro é o envoltório do espírito, conhecido por perispírito e que por ser de substância semi material faz a ligação entre o corpo e a alma. De forma análoga podemos ver numa fruta, uma casca externa, uma polpa e uma semente.

“As palavras alma e Espírito, se bem sinônimas e empregadas indiferentemente, não exprimem exatamente a mesma idéia. A alma propriamente falando, é o princípio inteligente, princípio inapreensível e indefinido como o pensamento. No estado dos nossos conhecimentos, não podemos concebê-la isolada da matéria de modo absoluto. O perispírito, embora formado de matéria sutil, dela fez um ser limitado, definido e circunscreveu a sua individualidade espiritual; de onde se pode formular esta proposição: A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o HOMEM; a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado ESPÌRITO.[...] Em resumo, a alma é o ser simples, primitivo; o Espírito é o ser duplo; o homem é o ser triplo; confundindo-se o homem com suas roupas, ter-se-á um ser quádruplo.”(3)

Resumindo podemos assim diferenciar os conceitos: alma é o princípio inteligente que passa por um processo de transformação tornando-se um Espírito, que necessita progredir reencarnando e por isso se reveste de um corpo semi-material chamado perispírito. Reencarna num corpo animado pelo princípio vital e age nele através de seu perispírito.

É preciso compreender que a alma e o corpo constituem o homem mas são independente entre si, isto quer dizer que o corpo físico é apenas um envoltório temporário que possibilite a alma agir na matéria, mas este corpo é animado pelo princípio vital, quando o corpo se deteriora e não consegue mais funcionar, ele perde o princípio vital e ‘liberta’ a alma que o abandona. Os espíritos nos explicam: A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo sem vida orgânica.(4)

Outra coisa importante é compreender que uma mesma alma não pode encarnar-se em dois corpos diferentes, porque a alma é indivisível. Em algumas situações específicas pode-se parecer que sim, mas para estes casos fez-se necessário estudar a bicorporiedade e transfiguração que fornecerão uma explicação lógica e racional.

A alma não está encerrada no corpo, como o pássaro numa gaiola. Ela se irradia e se manifesta no exterior, como a luz através de um globo de vidro ou como o som em redor de um centro sonoro. É por isso que se pode dizer que ela é externa, mas não como um envoltório do corpo. (5) Isto é facilmente compreendido quando estudamos as propriedades do perispírito, onde uma delas a penetrabilidade afirma que nenhuma matéria pode lhe oferecer resistência, eles atravessam todas como a luz atravessa os corpos transparentes, desta forma sendo o corpo matéria ele não poderia conter algo ao qual não exerce nenhuma resistência(5). O perispírito é atraído por uma força irresistível desde o momento da concepção, firma-se o laço de união sob influência do princípio vital material do germe e se une ao corpo, e é este princípio que mantém a alma ligada ao corpo.(6)

NOTAS

(1) Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Introdução.

(2)___________, O Livro dos Espíritos, Livro I, cap. II, questões 23 e Livro II, cap. I, questão 76.

(3)___________, Revista Espírita maio de 1864, A Alma pura de minha irmã Henriette

(4)___________, O Livro dos Espíritos, Livro II, cap. II, questões 136-a.

(5)___________, O Livro dos Médiuns, cap. VI, item 106.

(6)___________, A Gênese, cap. XI, item 18.

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