domingo, 22 de abril de 2012

Anencéfalo é o assunto do momento

Devido à descriminalização que permite à mãe escolher ou não pela interrupção da gestação, este assunto tem se multiplicado no movimento espírita. Não vou aqui falar diretamente do assunto, pois estamos de acordo que é aborto, e que se não há risco para a mãe é contra as leis naturais. Lembrando sempre do sagrado direito ao livre arbítrio.

Vamos considerar que havia um espírito ligado ao corpo, porque de acordo com a questão 356, os espíritos afirmam que há crianças natimortas que jamais tiveram um Espírito destinado aos seus corpos: nada devia cumprir-se nelas. É somente pelos pais que essa criança nasce. Como nossa medicina ainda não pode diagnosticar a presença ou não de um espírito, a atitude mais de acordo com a boa moral é considerar sua existência em todas as crianças.

Este espírito possui deformidades única e exclusivamente no corpo físico, pois o espírito não tem forma definida, ele a define pelo desejo de se comunicar e de ser reconhecido. Ainda somos apegados à matéria e parece difícil aceitar que o corpo não é mais nada além de uma roupa sensível e que nos permite interagir no planeta.

Ao morrer, o espírito que se ligava àquele corpo parte em busca de um novo corpo para reencarnar. Houve ligações com os pais? Até para o mais neófito a resposta é conhecida, pois nossas ligações não surgem necessariamente durante a gestação e nascimento, mesmo porque neste momento passamos por uma perturbação muito maior e mais longa do que a do desencarne.

Ninar, amar, conversar com a criança que se forma no ventre feminino é importante até para ajudar o espírito a passar o mais tranquilamente possível por esta perturbação toda.

Qual o papel do espiritismo nesta história toda? Instruir! Pois somente uma mãe instruída poderá utilizar-se plenamente de seu livre arbítrio. Jamais condenar alguém por uma escolha errada, pois nós as fazemos a todo momento. Quer entender o que ocorre? Estude a doutrina espírita ao invés de acreditar em todo relato meloso e fantasioso que já começa a surgir sobre o assunto.

Você só pode julgar aquilo que conhece e compreende.

Bjs

ClaudiaC.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

BBB e a Vida

bbb-robo

Hoje estava assistindo ao BBB12, noite de eliminação e um dos rapazes foi eliminado. Neste momento parte dos participantes se despedia chorando acintosamente, amores suspiravam por saudades ainda não sentidas, amigos se abraçavam tentando fortalecer uma amizade construída pela simpatia, sintonia de pensamentos.

Então, observando as cenas que se desenrolavam emocionalmente, comecei a pensar porque tantas lágrimas e sofrimento pela partida de alguém que apenas estará fora da casa? O participante ao sair afirmou que só sabe o que se pensa e o que se sente quem está dentro da casa.

Não será assim que os espíritos desencarnados olham para nós? Tantas lágrimas, sofrimentos, desespero, rebeldia por pessoas que apenas saíram da casa, este planeta Terra ao qual estamos temporariamente presos, devido ao nosso próprio grau evolutivo.

Não estamos nós, aqui, ‘jogando’ para aprender a se relacionar com o outro. Neste jogo as regras são as leis naturais, quando nos afastamos delas somos punidos e arrependidos, reparamos as faltas.

O BBB nos lembra o que estamos basicamente fazendo aqui, aprendendo a nos relacionar uns com os outros, a sermos pacientes, tolerantes, caridosos, etc. ‘Ver’ isto é nos condenar, porque percebemos que acreditamos estar aqui para ter sucesso e ser feliz. Estamos confinados num globo material e assim como os participantes do BBB, quase toda a relação com a vida fora da casa, no nosso caso a vida espiritual, é restrita ao basicamente necessário.

Sem o conhecimento adequado, nosso julgamento pode ser influenciado, e às vezes mesmo distorcido, pelas emoções, carências, má educação, desejos e apegos exagerados.

Mas há uma diferença fundamental entre os dois, no BBB todas as ações tem como objetivo um prêmio em dinheiro, e aqui, na Terra, todas as nossas ações tem como objetivo o nosso progresso moral. Será que somos capazes de compreender a diferença?

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Utilidade

 

uva

Como alguém consegue

apenas viver inutilmente.

Como é possível ninguém

aceitar a utilidade alheia.

 

Sombras que se perdem

diariamente em si.

angústia fria de um

desatino engano

 

Sentimento vil

de alma infante,

desespero calmo

de afogado em prantos.

 

Cade minha única

esperança viva,

meu sabor, odor maldito,

minha enfim utilidade.

 

Krda

31/01/2012

sábado, 21 de janeiro de 2012

A Vida Futura em Nossas Vidas

vidafutura

Este artigo foi baseado no estudo do texto A VIDA FUTURA de Allan Kardec, nas Obras Póstumas.

Kardec começa afirmando que a vida futura já não é mais um problema, isto porque tendo como premissa a sobrevivência da alma ou como diz Kardec na introdução do O Livro dos Espíritos “haver em si mesmo alguma coisa além da matéria”, todo aquele que tem uma crença religiosa, seja qual for, a tem baseada nesta premissa, como nos explicou Kardec no texto Consequências da Doutrina da Reencarnação sobre a Propagação do Espiritismo, na Revista Espírita de abril de 1862:

“Toda religião repousa necessariamente na vida futura e todos os dogmas convergem forçosamente para esse fim único. É visando atingir esse fim que eles são praticados; e a fé nos dogmas está na razão direta da eficácia que se lhes atribui para o alcançar. A teoria da vida futura é, pois, a pedra angular de toda doutrina religiosa. Se essa teoria pecar pela base; se abrir o campo a objeções sérias; se se contradisser; se se puder demonstrar a impossibilidade de certas partes, tudo vai abaixo. Antes de mais vem a dúvida, à qual sucede a negação absoluta, e os dogmas são arrastados no naufrágio da fé”.

Qual a influência que o conhecimento e a compreensão da vida futura tem sobre as nossas vidas? Para aqueles que não acreditam nela, que entendem que após a morte não existe nada, os materialistas, a vida futura não exerce influência alguma. De certa forma consagram o egoísmo e a vida pertence aos mais fortes e espertos. Porque deveriam suportar privações, corrigir seus defeitos, sentirem remorso ou se arrependerem, se toda e qualquer vida acaba com a morte do corpo. Como evitar o suicídio, por exemplo, se dentro desta lógica perversa não há motivos para a resignação? O Sr. Sanson, já desencarnado, disse a Kardec em resposta a uma pergunta na Revista Espírita de junho de 1862: ““-Sem dúvida; até a última hora alguns crêem no nada. Mas no momento da separação o Espírito passa por profundas reflexões; a dúvida o subjuga e o tortura, porque a si mesmo pergunta em que se tornará; quer agarrar-se a alguma coisa, mas não consegue. A separação não se pode dar sem essa impressão”.

Muitos dizem que estas pessoas, apesar de não acreditar em uma vida futura, fazem o bem e nisto tem mais mérito por não esperarem uma recompensa futura, mas será que eles não esperam uma recompensa nesta vida? Como diz Kardec “Serão eles insensíveis aos aplausos dos homens”?

Porém a simples crença na vida futura não é garantia de que uma pessoa terá interesse nas boas obras. Infelizmente muitos ainda não a compreendem, é ainda somente um conceito vago e este é um dos motivos pelo qual o homem não se preocupa com sua alma, porque comumente ouvimos desde crianças que não somos uma alma, mas temos uma alma. Lembrando a Lei do progresso, que diz que os homens não progridem todos ao mesmo tempo, nem da mesma forma e que o progresso moral é conseqüência do progresso intelectual, a crença da vida futura só poderá influenciar a moral de um indivíduo a partir do momento em que ele a compreende e esta transformação será diretamente proporcional à compreensão do indivíduo.

Kardec nos mostra isto na questão 783 do O Livro dos Espíritos: “O homem não pode permanecer perpetuamente na ignorância, porque deve chegar ao fim determinado pela Providência; ele se esclarece pela própria força das circunstâncias. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas idéias, germinam ao longo dos séculos e depois explodem subitamente, fazendo ruir o edifício carcomido do passado, que não se encontra mais de acordo com as necessidades novas e as novas aspirações”.

Compreender a vida futura é a melhor forma de descobrir como viver a vida.

ClaudiaC.

Bibliografia

  • Kardec, Allan. Obras Póstumas. 25º edição, RJ, Feb.
  • Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 68º edição, SP, Lake, janeiro 2009.
  • Kardec, Allan. Revista Espírita Jornal de Estudos Psicológicos Ano V 1862. 2º edição, RJ Feb, 2007.

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