sábado, 25 de julho de 2009

Passando a Terra a Branco

Volto ao mundo branco, mas já sei que estou também no "hospital espírita"
onde me guarda o Anjo Raul, que não era Seixas. Eu estava também presente em
alguma lembrança ou outra das muitas leituras que você fez do que eu vivi na
Terra e talvez eu seja apenas fruto dos escritos de um cronista maluco.

Se eu, mesmo sendo apenas letras que entram na sua cabeça, sou real,
imagina o Anjo? Na dúvida, ele que me guardasse.

Não quero criar polêmica, mas é melhor você repensar sobre a sua idéia de
pós-morte e compreender que todos os livros que contam experiências além da
vida são livros escritos por gente que está aí, ou gente que diz que gente
que está aqui disse pra ele que era assim ou assado.

De certa forma, eles estão dizendo a verdade, a vida além da Terra é
exatamente como eles pensaram e escreveram, só se esqueceram de mencionar
que assim como todo mundo possui uma identidade e vive uma vida terrena
diferenciada, por mais que pareça igual; o desencarne vai desembocar em uma
via de visão única, ou seja, o céu ( ou o inferno) é aquilo que você espera
que seja.

A vida além da morte é um mundo branco que você pinta com as cores do seu
pré conceito. Leia direito! Leia direito! Leia uma vez mais, devagar e
direito!

Quanto mais aberto para o novo você estiver, quanto menos comprar os planos
de céu dos outros, menos você sofrerá por aqui.

Você sabe aquela da loira que desencarnou e perguntou ao seu mentor:

- Posso na próxima reencarnação, nascer com mais peito. Esse negócio de
silicone é uma caída só!

O mentor respondeu:

- Hellooo!!! Nem todo mundo reencarna, filha!

Não entendeu a piada? Volte três parágrafos. Sacou a graça, avance uma
linha!

Sim, se a vida na Terra não é sempre justa, você acha que aqui seria
diferente? Que basta morrer e chegar aqui querendo lugar VIP ao lado do
Senhor? Que não pensando sobre o assunto, vai tornar a passagem mais
vaselina?

Menos ego e mais eu, né gente!

Voltando ao seu mundo, posso afirmar que a vida na terra também é um mundo
branco.

Você pode usar as tintas do seu coração e pintar uma vida melhor agora
mesmo, basta estancar a ferida no peito da arrogância e viver o melhor que
puder. Não se preocupe com os seus erros, se concentre no acertar.

Se achar que está ficando louco, relaxe: o louco não sabe que é louco, nem
vê a loucura ao seu redor. E ainda assim, mesmo sendo louco, podemos ser
felizes, se tivermos plantado flores no jardim coletivo; se tivermos
cultivado amores, família, amigos e a fé. Sim, na falta da certeza de que há
algo além, cultive a fé, acredite que se nascemos com essa curiosidade de
sabermos se somos a causa de algo que veio antes, pode crer que há algo
depois, sempre há.

A verdade, como dizia um amiga, é que nem a bunda da gente, cada um tem a
sua. A minha verdade, caro leitor, é a sua leitura. Eu existo por ela, ela
que é a razão do meu mundo branco. A sua leitura é o alazão negro da minha
loucura e a vontade de te mostrar o que há pelo estranhamento é o meu mundo
branco, onde as palavras são flores bonitas pintadas na parede da sua
imaginação.

Vou deixá-lo agora, amigo leitor.

O meu Anjo da Guarda, quer me ensinar violão. Será que ele ficará bravo se
eu pedir pra ele tocar Raul?

Cronicas do Frank

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