quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A visão científica sobre as crianças índigo II

Não existe nenhuma investigação científica a respeito de uma possível mudança de DNA nas novas gerações

O termo índigo provém de uma sensitiva chamada Nancy Ann Tappe que, sem nenhum critério
de cientificidade, baseou-se única e exclusivamente na sua “habilidade” em classificar as
personalidades das pessoas segundo a cor das suas auras. De acordo com ela, essas crianças
apresentariam uma aura azul com predominância da tonalidade índigo.

Essas crianças apresentariam algumas alterações, seja no seu DNA ou mesmo na sua estrutura
cerebral. Consultando o PubMed que é um serviço oferecido pela Biblioteca Nacional de
Medicina do Congresso dos EUA e que inclui mais de 16 milhões de citações do MEDLINE e
outros jornais de ciências da vida, não existe uma única referência, estudo ou pesquisa envolvendo essas crianças.

Segundo informações, descritas na literatura New Age, as crianças índigo nasceriam com
parte do seu DNA mais “ativado” que a maioria das pessoas. Essa ativação “extra” lhes permitiria acessar informações de uma dimensão espiritual superior, dando-lhes como conseqüência habilidades especiais. Essa informação necessita de demonstração científica e não existe qualquer teoria de como, onde e de que forma ocorreria essa ativação, nem de que maneira essa ativação de algo material poderia acessar algo espiritual. Embora alguns dos autores sobre a literatura índigo tenham formação e mesmo pós-graduação em psicologia, o termo criança índigo não é reconhecido no campo da psicologia, nem na biologia ou da pediatria.

Os poucos cientistas que fizeram uma análise superficial da questão advertem na verdade
que crianças educadas como índigo tenderão a adotar comportamentos sociopáticos, tais
como um senso de superioridade, alienação e uma identidade paranormal bizarra.
Outra alegada habilidade dessas crianças seria a de possuírem uma estrutura cerebral diferente
no que se refere ao uso dos hemisférios esquerdo e direito, com um predomínio do lado
direito. Em desacordo inclusive com as alegadas habilidades, sendo uma delas a capacidade
de abstração precoce, função esta coordenada pelo hemisfério esquerdo. Mais uma vez
não existe qualquer estudo evidenciando isso. Muitas dessas crianças classificadas como índigo
na verdade se enquadram dentro de uma condição, Desordem Hiperativa do Déficit de
Atenção, bastante estudada pela medicina, inclusive com vários estudos publicados em revistas
especializadas.

Muitas das habilidades atribuídas às crianças índigo resultam de uma melhor alimentação, o
que permite um desenvolvimento orgânico mais completo, além disso as crianças do mundo moderno estão sujeitas a uma grande, variada e precoce exposição a diversos estímulos intelectuais tais como computador, televisão, rádio, revistas etc.

Concluindo, entendemos que as afirmações no que se concerne às características biológicas
das crianças índigo carecem completamente de investigação científica e devem ser tomadas
como infundadas ou pseudo-científicas.


Franklin Santana Santos

Edição Especial do jornal Mensagem - Criança Índigo

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